Você já ouviu falar em acessibilidade na internet?
Atualmente temos uma boa noção de como funciona a acessibilidade em relação a ambientes físicos e como os responsáveis por esses ambientes podem garantir que os mesmos sejam mais acessíveis. Estamos falando de rampas, sinais sonoros, pisos táteis etc.
Porém com o uso crescente de dispositivos conectados à internet, é importante também que os ambientes virtuais ofereçam um nível de acessibilidade satisfatório para os usuários.
Falando mais especificamente sobre e-commerce: quais recursos sua loja disponibiliza para facilitar o acesso de pessoas com daltonismo? Ou mesmo pessoas com mobilidade limitada?
O que é acessibilidade?
De acordo com o dicionário Oxford, acessibilidade é definida como a “facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição.”.
Apenas usando esta definição, podemos tirar algumas reflexões. Por exemplo: se a acessibilidade facilita a aproximação, dá pra dizer que um site pouco acessível afasta possíveis usuários?
E a resposta para esta pergunta é…sim!
De acordo com um estudo dirigido pelo Movimento Web para Todos, em 28% dos testes, os usuários não conseguiram concluir o processo de compra por problemas antes ou durante a finalização do pedido, como por exemplo a dificuldade de clicar nos botões.
Agora imagine algo desse tipo acontecendo em sua loja. Além da óbvia sensação de frustração gerada neste usuário, há um problema sério acontecendo: você está perdendo possíveis clientes.
Os porquês de uma loja acessível
No Brasil, 74,18% das pessoas com deficiência (PcD) afirmam realizar compras através de comércio eletrônico. 45,6 milhões de pessoas no Brasil vivem com algum tipo de deficiência. Esse número corresponde a cerca de 25% dos brasileiros.
Com isso em mente, nem precisamos pensar muito para ter uma noção do tamanho do prejuízo em potencial de ignorar essa parcela da população.
Para além dos números, também deve ser levada em conta a legislação sobre o tema. A LBI (Lei Brasileira de Inclusão), por exemplo, determina que “É obrigatório que páginas web mantidas por empresas com sede ou representação comercial no Brasil sejam acessíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidades adotadas internacionalmente”.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) protege a pessoa com deficiência e deixa claro que é obrigação do lojista oferecer uma experiência de compra acessível a esse público – tanto no meio físico quanto no virtual.
E na prática, o que podemos fazer?
Abaixo, trazemos algumas dicas de como garantir um nível maior de acessibilidade em sua loja:
- Textos
- É importante considerar o contraste entre cor do texto e cor de fundo, sobretudo pensando em pessoas daltônicas. Esta ferramenta permite que você teste como seu site é visto por pessoas com diferentes tipos de daltonismo.
- Atente-se também ao tamanho da fonte em seus textos. Fontes muito pequenas podem ser difíceis de serem compreendidas por pessoas idosas ou com visibilidade reduzida.
- Hierarquize corretamente os títulos de suas páginas em h1, h2, h3…Isto é importante para que o conteúdo seja corretamente organizado por leitores de tela
- Imagens
- Textos alternativos devem sempre estar presentes em suas imagens, considerando o uso de leitores de tela por pessoas com deficiência visual.
- Assim como no caso dos textos, é importante ter um cuidado a mais com o contrastes das suas ilustrações, como logo, banners e heroes.
- Vídeos
- A reprodução automática de vídeos deve ser evitada, tendo em vista que este aspecto pode trazer desconforto a clientes com pouca visão, deficiências auditivas ou mesmo doenças vestibulares.
- Incluir legendas ou mesmo tradução para Libras nos seus vídeos é interessante no sentido de tornar o conteúdo compreensível para pessoas com deficiência auditiva.
- Menus
- Menus muito longos podem se tornar cansativos para pessoas com mobilidade reduzida. Ao criar o menu da loja, tenha em mente que algumas pessoas utilizam a navegação via teclado, através da tecla Tab.
Como visto ao longo do texto, fornecer uma loja acessível a todos os públicos possíveis pode ser um desafio, mas devemos buscar nos aproximar ao máximo da sua solução, com o objetivo de criar boas experiências de compra.
Espero que o texto possa ser útil. Até mais! 